Nordeste mantém a taxa de desemprego baixa no Brasil
Região criou 1 milhão de vagas no ano, dois terços dos postos de trabalho gerados no país
O Nordeste, entretanto, continuou na dianteira da taxa de desocupados, uma porcentagem de 8,8%, enquanto o Sudeste e o Sul do país registararam desemprego de 6,9% e 4,1%, respectivamente. Mas a vida dos nordestinos melhorou no período de um ano: no segundo trimestre de 2013 a taxa de desempregados era de 10%.
A região, entretanto, continua sendo a que apresenta o maior percentual de pessoas fora da força de trabalho: 43,1%. O IBGE considera nessa condição os brasileiros a partir de 14 anos que não estão empregados, nem procurando emprego. No país, 38,9% das pessoas em idade de trabalhar estavam nesta situação.
A taxa de desemprego no Brasil, medida pelas pessoas que buscaram trabalho no mês anterior da pesquisa, continuou a cair no segundo trimestre deste ano. Em âmbito nacional, o nível de desocupação ficou em 6,8%. No primeiro trimestre, era de 7,1%.
Recessão técnica X desemprego baixo
Recessão técnica X desemprego baixoOs números de desemprego do segundo trimestre chamam a atenção diante da coincidência com os números do PIB no mesmo período. Entre abril e junho deste ano, a atividade econômica recuou 0,6%, numa segunda queda consecutiva – no primeiro trimestre a queda havia sido de 0,2%, configurando recessão técnica. Isso depois de um ciclo de alta de juros que começou em março de 2013, até abril deste ano. Nesse intervalo, os juros passaram de 7,25% para 11%. Já no último dia 29, o Comitê de Política Monetária do Banco Central aumentou em 0,25% a taxa de juros, elevando para 11,25%.
Em tese, essa alta desestimula a economia, o que inevitavelmente pode chegar aos cortes de funcionários para reduzir custos e não prejudicar os lucros. Mas, curiosamente, as empresas preferem não arriscar, temendo um futuro melhor. “Embora a economia não tenha andado, os empregos continuaram a ser criados porque as empresas levam em conta outros fatores, como se elas têm perspectiva de crescimento. Tem a ver com as estratégias das empresas”, explica Antônio Correia de Lacerda, professor de economia da PUC-SP.
Durante a crise de 2009, algumas empresas se anteciparam a promover demissões, uma atitude que lhes custou caro quando a economia retomou o ritmo, em 2010. Os bons candidatos já estavam empregados e recolocar as vagas cortadas foi mais difícil.
Alguns setores, entretanto, mostram que a missão está sendo quase impossível. A indústria automotiva, por exemplo, vem promovendo cortes ao longo deste ano. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as indústrias do ramo acumulam queda de 16% das vendas. O emprego já vem sofrendo os efeitos colaterais desse quadro. De outubro de 2013 para outubro deste ano, o número de pessoas empregadas no setor caiu 7,9%.
Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2014/11/06/economia/1415289196_519396.html
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