domingo, 25 de agosto de 2013

Importação de médicos cubanos não é nova - José Serra também importou

obitido de : http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2605200310.htm

SAÚDE

Convênio entre Tocantins e Cuba trouxe 258 profissionais da área; governo diz que faltam especialistas brasileiros

Médico cubano ganha até R$ 10 mil no TO
FÁTIMA FERNANDES
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um convênio firmado em janeiro do ano passado entre o governo do Tocantins e o Ministério da Saúde de Cuba para a contratação de 210 médicos, 40 enfermeiros e 8 técnicos cubanos para hospitais públicos da região causa alvoroço e expõe um problema que o governo Lula vai ter de enfrentar: como lidar com o empregado estrangeiro, considerando o elevado índice de desemprego no país.
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Tocantins informa que há 53 médicos cubanos com registro no conselho, mas estima que 150 trabalham no Estado sem registro, o que desrespeita o convênio que os trouxe ao Brasil. O contrato estabelece que os cubanos estão sujeitos à legislação brasileira (diplomas reconhecidos e registro no CRM).
A ausência de inscrição no conselho e o fato de os cubanos -que chegam a ganhar R$ 10 mil/ mês- não terem prestado concurso público para trabalhar no Estado levaram o Ministério Público do Trabalho do Tocantins a investigar as contratações.
"O Estado tem de realizar concurso público, como estabelece o artigo 37, inciso II da Constituição", afirma Antônio Carlos Cavalcante Rodrigues, procurador do trabalho do Tocantins.
Henrique Furtado, secretário da Saúde do Estado do Tocantins, diz que o convênio com Cuba foi feito porque faltam profissionais brasileiros para trabalhar no interior. Segundo ele, há na região 134 médicos e 19 enfermeiros cubanos, que estão em processo de revalidação de diploma e registro no CRM. O Estado prepara a realização de concurso público, diz.
"Os médicos brasileiros querem morar em Copacabana [no Rio de Janeiro]. Se os cubanos saírem daqui, teremos dificuldade para substituí-los", diz Furtado. Quase metade dos 139 municípios do Tocantins possui menos de 5.000 habitantes, que vivem em áreas com saneamento básico precário.
Os médicos cubanos já estavam instalados no Tocantins antes de o convênio ter sido firmado. Desde 98, o Estado optou pela contratação desses profissionais. Alguns médicos foram transferidos da Fundap (Fundação de Apoio à Pesquisa da Universidade Federal do Amapá) para o Tocantins.
O Ministério do Trabalho foi informado recentemente pelo Ministério Público do Trabalho do Tocantins e pelo Conselho Regional de Medicina do Estado sobre esse convênio. O ministério pediu à DRT (Delegacia Regional do Trabalho) do Estado para fiscalizar e relatar o caso na região.
O que chama a atenção do ministério -além do grande número de cubanos na região- é a renda mensal dos profissionais. Pelo convênio, os médicos recebem um salário mensal de R$ 2.880, o mesmo pago aos brasileiros.
Os cubanos ainda têm direito a R$ 2.500 mensais por participarem do Programa Saúde da Família, além de verbas do SUS e de convênios. Os médicos recebem uma parte dessa verba por atendimento feito. Isso não vale para os brasileiros, segundo o ministério.
Cálculos de técnicos do Ministério do Trabalho mostram que os salários dos médicos cubanos podem chegar a R$ 10 mil por mês. O secretário da Saúde do Tocantins confirma que, em alguns municípios, os médicos chegam a receber até R$ 10 mil por mês, pois, para manter os profissionais, as prefeituras oferecem vantagens como moradia e alimentação.
"O estranho é que sei de muito médico brasileiro que tem salário de R$ 500 a R$ 800 e que gostaria de trabalhar por esse salário que está sendo oferecido", diz o procurador-geral do Trabalho, Guilherme Mastrichi Basso.
Em fevereiro deste ano, o CRM do Tocantins encaminhou ao Ministério da Justiça um relatório para informar sobre a ausência de registro dos médicos cubanos.
"O ministro [Jaques Wagner] pediu para verificarmos o que acontece no Tocantins. Não estamos aqui para defender o CRM, mas, se o ministério constatar irregularidade trabalhista, os vistos dos cubanos serão indeferidos", afirma Hebe Romano, coordenadora-geral de imigração do Ministério do Trabalho.
Para o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Eleuses Vieira de Paiva, o Brasil tem "excesso" de médicos. Segundo dados da AMB, dos 285 mil médicos brasileiros cerca de 60% atuam na capital e 40%, no interior.

A desproporção da participação de SP na Câmara dos Deputados - Isso é democracia?

obtido de: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-52581997000300006

A coluna 'A-B' mostra que SP tem 41 representantes a menos do que deveria. Se não houvesse limite do número de cadeiras, SP teria 111 representantes, em vez de 70.
Um cidadão mineiro, no voto, vale 1,5 mais que um eleitor paulista. O do RJ vale 1,7 a mais. Um cidadão de Roraima vale 12 vezes mais que um paulista. Essa é nossa democracia.

Percentual da População dos Estados, Número de Cadeiras dos Estados na Câmara (Absoluto e Percentual) e Número de Cadeiras dos Estados na Câmara Proporcional à População (Absoluto e Percentual) ¾ 1994

Estado %
População
Número de
Cadeiras
(1994)
[A]
% Número de Cadeiras
Proporcional à
População dos
Estados
[B]
% A - B
SP 21,6 70 13,6 111 21,6 - 41
MG 10,6 53 10,3 54 10,5 - 1
RJ 8,5 46 9,0 44 8,6 + 2
BA 8,1 39 7,6 42 8,2 - 3
RS 6,1 31 6,0 32 6,2 - 1
PR 5,6 30 5,8 29 5,7 + 1
PE 4,8 25 4,9 25 4,9 0
CE 4,3 22 4,3 22 4,3 0
PA 3,5 17 3,3 18 3,5 - 1
MA 3,4 18 3,5 17 3,3 + 1
SC 3,1 16 3,1 16 3,1 0
GO 2,8 17 3,3 14 2,7 + 3
PB 2,1 12 2,3 11 2,1 + 1
ES 1,8 10 1,9 9 1,8 + 1
PI 1,7 10 1,9 9 1,8 + 1
AL 1,7 9 1,8 9 1,8 0
RN 1,7 8 1,6 8 1,6 0
AM 1,5 8 1,6 8 1,6 0
MT 1,5 8 1,6 8 1,6 0
MS 1,2 8 1,6 6 1,2 + 2
DF 1,1 8 1,6 6 1,2 + 2
SE 1,0 8 1,6 5 1,0 + 3
RO 0,9 8 1,6 4 0,8 + 4
TO 0,6 8 1,6 3 0,6 + 5
AC 0,3 8 1,6 1 0,2 + 7
AP 0,2 8 1,6 1 0,2 + 7
RR 0,2 8 1,6 1 0,2 + 7
Total 100,0 513 100,0 513 100,0

sábado, 24 de agosto de 2013

No Congresso, um cidadão de São Paulo vale 10 vezes menos que um cidadão de Roraima. Democracia?

Excelente artigo de Roberto Pompeu de Toledo, sobre o grande flagelo de uma democracia fraca: no Congresso, um cidadão de São Paulo vale 10 vezes menos que um cidadão de Roraima

Onde está a democracia?

obtido de: http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/roberto-pompeu-de-toledo-o-teto-para-o-numero-de-deputados-para-os-estados-distorce-completamente-a-representacao-popular/

O GRANDE AUSENTE

O limite para o número de deputados para os Estados distorce completamente a representação popular

Roberto Pompeu de Toledo
Roberto Pompeu de Toledo

O grande ausente das atuais cogitações sobre a reforma política é o dispositivo constitucional que estabelece o mínimo de oito deputados e o máximo de setenta para cada bancada estadual.
A “crise de representatividade” é alardeada sempre como motivo central para a reforma do sistema. No entanto, não se fala nesse grande fator de distorção na representatividade que é o artigo 45 da Constituição, ao estabelecer um mínimo de oito deputados e um máximo de setenta por estado.
Para citar o exemplo clássico, São Paulo, que bate no teto constitucional, tem um deputado para cada 600.000 habitantes, enquanto Roraima, o menos populoso dos estados, tem um para cada 58.750.
Resulta daí uma sub-representação de São Paulo, uma super-representação de Roraima e, computadas todas as outras distorções, entre tais extremos, uma Câmara dos Deputados capenga, muito longe de espelhar equitativamente a população brasileira.
Voto distrital é feito para eleger representantes de uma comunidade de eleitores, não de um Estado. Misturar populações de Estados diferentes para formar distritos viria ao encontro do espírito que o anima.
Costuma-se culpar o “pacote de abril”, funesta reforma baixada pela ditadura, em 1977, pela distorção. O pacote de abril é culpado por muita coisa, inclusive pela grotesca instituição do “senador biônico” (não eleito, mas nomeado), mas não por isso.
Os limites vêm desde a Constituição republicana de 1891 (mínimo de quatro e máximo por um cálculo variável) e vieram se agravando (a Constituição de 1946 previa mínimo de sete e máximo também por um cálculo variável) até chegar ao ápice na Constituição de 1988, justamente a mais democrática de nossa história.
Segundo teoria geralmente aceita, interessa aos governantes conferir maior representatividade a regiões menos populosas por serem de mais fácil manipulação. A imposição de limites seria portanto um freio de espírito conservador contra as aspirações dos setores sociais mais avançados.
A questão não vem de agora, nem é apenas daqui. No Japão agora mesmo a má distribuição dos distritos pelos quais são eleitos os deputados levou a Suprema Corte a declarar a Câmara em “estado de inconstitucionalidade”.
Em toda parte do mundo, as relações entre regiões, estados, municípios ou até bairros são embaraçosas e difíceis de superar. A equidade é ainda mais reclamada, e a distorção fica mais evidente, quando o sistema de eleição dos deputados é o majoritário em distritos reduzidos — o sistema conhecido no Brasil por “voto distrital”. Caso fosse instituído entre nós, sem mexer com os limites constitucionais vigentes, cada distrito de São Paulo teria 600.000 eleitores, contra 58.750 em Roraima — receita certa para uma Câmara estapafúrdia, em que a carência de representatividade ficaria ainda mais exposta do que na atual.
É difícil estabelecer negociações entre unidades federativas quando de algumas se pede que abram mão do que supõem sejam conquistas. O Tribunal Superior Eleitoral determinou em abril, com base nos resultados do Censo de 2010, uma atualização das bancadas que implicaria, nas eleições de 2014, o aumento delas em cinco Estados e a diminuição em oito.
Maior ganhador, o Pará ficaria com quatro deputados a mais, mas a maioria ganharia ou perderia apenas um. O presidente da Câmara avisou de pronto que o assunto era delicado e demandava reflexão. Nunca se procedeu à atualização das bancadas, desde a Constituição de 1988; a tendência é sempre deixar as coisas como estão.
Se é assim com os pequenos ajustes, imagine-se com um maior, como o que revogaria os limites máximo e mínimo. E, se os ajustes são difíceis assim no sistema atual, imagine-se no caso de ser implantado o voto distrital.
Uma possível estratégia para quebrar o impasse seria radicalizar o conceito de que deputado é representante do povo. O conceito já está escrito na Constituição: radicalizá-lo significaria precisar que, sendo representante do povo, não é do Estado. Nas regiões fronteiriças, haveria distritos que misturariam populações de um lado e de outro; e Estados de escassa população, como Roraima, se juntariam a vizinhos para formar um distrito.
Voto distrital é feito para eleger representantes de uma comunidade de eleitores, não de um Estado. Misturar populações de Estados diferentes para formar distritos viria ao encontro do espírito que o anima. De quebra, com isso se valorizaria o papel do Senado, esta sim a Casa de representação dos Estados, hoje tão redundante com relação à Câmara.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Médicos cubanos no Haiti deixam o resto do mundo envergonhado / Cuban medics in Haiti put the world to shame

obtido de: http://www.independent.co.uk/life-style/health-and-families/health-news/cuban-medics-in-haiti-put-the-world-to-shame-2169415.html


(See the original English text after this translated to Portuguese)



(em português)

Médicos e enfermeiros de Castro são a espinha dorsal da luta contra a cólera

Eles são os verdadeiros heróis do desastre do terremoto no Haiti, a catástrofe humana
bem na porta da América, para quem Barack Obama prometeu uma monumental missão humanitária. Porém, esses heróis vêm da arqui-inimiga dos EUA, Cuba, cujos médicos e enfermeiros deixaram os esforços norteamericanos ridicularizados.

Uma brigada de 1.200 médicos cubanos está operando em tod
a a área do Haiti devastada pelo terremoto e infectado pela cólera, como parte da missão médica internacional de Fidel Castro, que fez o Estado socialista ganhar a simpatia de muitos, mas pouco reconhecimento internacional.
 
Observadores do terremoto no Haiti poderiam ser perdoados por pensar que as agências de ajuda internacionais estavam sozinhas na luta contra a devastação que matou 250.000 pessoas e deixou cerca de 1,5 milhão de desabrigados. De fato, trabalhadores da saúde cubanos estão no Haiti desde 1998. Portanto,, quando o terremoto aconteceu, logo uma equipe médica de 350 pessoas entrou em ação. E em meio a fanfarra e publicidade em torno da chegada de ajuda os EUA e do Reino Unido, mais centenas de médicos cubanos, enfermeiros e terapeutas chegaram com uma ou outra menção. A maioria dos países deixaram o Haiti em dois meses, novamente deixando os cubanos e os Médicos Sem Fronteiras como os principais prestadores de serviços médicos para a ilha caribenha.

Números divulgados na semana passada mostram que o pessoal médico cubano, trabalhando em 40 centros em todo o Haiti, tem tratado mais de 30.000 doentes de cólera desde outubro. Eles são o maior contingente estrangeiro, tratando cerca de 40 por cento de todos os doentes de cólera. Outro grupo de médicos da brigada cubana Henry Reeve, uma equipe especializada em desastres e emergência, chegou recentemente, e tornou-se claro que o Haiti estava sofrendo com a epidemia que já matou centenas de pessoas.

Desde 1998, Cuba treinou 550 médicos haitianos gratuitamente na Escola Latinoamericana de Medicina en Cuba (Elam), um dos empreendimentos médicos mais avançados do país. Outros 400 estão sendo treinados na faculdade, que oferece ensino gratuito - incluindo livros gratuitos e um pouco de dinheiro para as despesas - para qualquer pessoa suficientemente qualificada que não pode pagar os estudos de Medicina em seu próprio país.

John Kirk é professor de Estudos Latino-Americanos na Universidade Dalhousie, no Canadá, que pesquisa equipes médicas internacionais de Cuba. Ele disse: "A contribuição de Cuba no Haiti é como o maior segredo do mundo.  Eles raramente são mencionados pela mídia , apesar de fazer a maior parte do trabalho pesado."

Esta tradição remonta a 1960, quando Cuba enviou médicos para o Chile, atingido por um forte terremoto, seguido por uma equipe de 50 para a Argélia em 1963. Isso foi quatro anos após a revolução, que viu perto da metade dos 7.000 médicos deixarem o país, em direção aos EUA.

Os médicos que viajam têm servido como um instrumento extremamente útil da política externa e econômica do governo, ganhando simpatias e favores pelo mundo. O programa mais conhecido é a Operação Milagre, que começou com os oftalmologistas tratando portadores de catarata venezuelanos em aldeias pobres em troca de petróleo. Esta iniciativa tem restaurado a visão de 1,8 milhões de pessoas em 35 países, incluindo o de Mario Terán, o sargento boliviano que matou Che Guevara em 1967.

A Brigada Henry Reeve, rejeitada pelos americanos após o furacão Katrina, foi a primeira equipe a chegar ao Paquistão após o terremoto de 2005, e a última a sair seis meses depois.

A Constituição de Cuba estabelece a obrigação de ajudar os países mais desfavorecidos, mas a solidariedade internacional não é a única razão, segundo o professor Kirk. "Isso permite aos médicos cubanos, que são terrivelmente mal pagos, ganharem um dinheiro extra no estrangeiro e aprenderem mais sobre as doenças e condições sobre as quais apenas estudou. É também uma obsessão de Fidel porque ganha votos na ONU."

Um terço dos 75 mil médicos de Cuba, juntamente com outros 10 mil trabalhadores de saúde, estão atualmente trabalhando em 77 países pobres, incluindo El Salvador, Mali e Timor Leste. Isso ainda deixa um médico para cada 220 pessoas no país, uma das mais altas taxas do mundo, em comparação com um para cada 370 na Inglaterra.


Onde quer que sejam convidados, os cubanos implementam o seu modelo holístico focado na prevenção, visitando famílias em casa, monitorando de forma proativa a saúde materna e infantil. Isso produziu "resultados impressionantes" em regiões de El Salvador, Honduras e Guatemala, reduzindo as taxas de mortalidade infantil e materna, redução de doenças infecciosas e deixando para trás trabalhadores locais de saúde mais qualificados, de acordo com a pesquisa do professor Kirk.

A formação médica em Cuba dura seis anos - um ano mais do que no Reino Unido - após o qual todos os pós-graduados trabalham como um médico de família por três anos no mínimo. Trabalhando ao lado de uma enfermeira, o médico de família cuida de 150 a 200 famílias na comunidade em que vive.

Este modelo ajudou Cuba a alcançar algumas das melhorias de saúde mais invejáveis do mundo, apesar de gastar apenas $ 400 (£ 260) por pessoa no ano passado em comparação com $ 3.000 (£ 1.950) no Reino Unido e $ 7.500 (£ 4,900) em os EUA, de acordo com dados das Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento.

As taxas de mortalidade infantil, uma das medidas mais confiáveis da saúde de uma nação, é de 4,8 por mil nascidos vivos - comparável com a Grã-Bretanha e menor do que os EUA. Apenas 5 por cento dos bebês nascem com baixo peso ao nascer, um fator crucial para a saúde a longo prazo, e a mortalidade materna é a mais baixa da América Latina, demonstram os números da Organização Mundial de Saúde. Policlínicas de Cuba, abertas 24 horas por dia para emergências e cuidados especializados, é um passo à frente dos médicos de família. Cada uma provê de 15.000 a 35.000 pacientes por meio de um grupo de consultores em tempo integral, bem como acompanham os médicos, garantindo que a maioria dos cuidados médicos são prestados na comunidade.

Imti Choonara, um pediatra de Derby, lidera uma delegação de profissionais de saúde internacionais, em mutirões anuais na terceira maior cidade de Cuba, Camagüey. "Saúde em Cuba é fenomenal, e a chave é o médico de família, que é muito mais proativo, e cujo foco é a prevenção ... A ironia é que os cubanos vieram ao Reino Unido após a revolução para ver como o NHS funcionava. Eles retornam com aquilo que aprenderam, refinaram e desenvolveram ainda mais, enquanto nós nos movemos em direção ao modelo dos EUA ", disse o professor Choonara.

A política, inevitavelmente, penetra muitos aspectos da saúde cubana. Todos os anos os hospitais produzem uma lista de medicamentos e equipamentos que estão indisponíveis por causa do embargo americano que impede muitas empresas dos EUA a negociar com Cuba, e convence outros países a seguir o exemplo. O relatório de 2009/10 inclui medicamentos para o cancro infantil, HIV e artrite, alguns anestésicos, bem como produtos químicos necessários para o diagnóstico de infecções e armazenamento de órgãos. Farmácias em Cuba são caracterizados por longas filas e prateleiras esparsamente empilhados, embora, em parte, isso ocorre porque eles estocam apenas marcas genéricas.

Antonio Fernandez, do Ministério da Saúde Pública, disse: "Nós fazemos 80 por cento dos medicamentos que usamos O resto nós importamos da China, países da ex-União Soviética, Europa -
qualquer um que venda para nós - mas isso torna muito caro. por causa das distâncias. "

Em geral, os cubanos são imensamente orgulhosos
e favoráveis a sua contribuição ao Haiti e a outros países pobres, pela satisfação de cumprir com prazer de estar fazendo algo aparentemente além de suas possibilidades na cena internacional. No entanto, algumas pessoas queixam-se do aumento da espera para ver o seu médico, pois muitos estão trabalhando no exterior. E, como todas as commodities em Cuba, os medicamentos estão disponíveis no mercado negro para aqueles dispostos a arriscar grandes multas se for pego comprando ou vendendo.
As viagens internacionais estão além do alcance da maioria dos cubanos, mas os médicos e enfermeiros qualificados estão entre os proibidos de deixar o país por cinco anos após a graduação, salvo como parte de uma equipe médica oficial.

Como todo mundo, os profissionais de saúde ganham salários miseráveis
em torno de 20 dólares por mês. Assim, ao contrário do contas oficiais, a corrupção existe no sistema hospitalar, o que significa que alguns médicos e até hospitais, estão além dos limites, a menos que os pacientes podem oferecer alguma coisa, talvez almoçar ou alguns pesos, para tratamento preferencial.

Empreendimentos internacionais de Cuba na área da saúde estão se tornando cada vez mais estratégicos. No mês passado, funcionários mantiveram conversações com o Brasil sobre o desenvolvimento do sistema de saúde pública do Haiti, no qual o Brasil e a Venezuela concordaram em ajudar a financiar.

A formação médica é outro exemplo. Existem atualmente 8.281 alunos de mais de 30 países matriculados na Elam, que no mês passado comemorou o seu 11 º aniversário. O governo espera incutir um senso de responsabilidade social, em que os alunos, na esperança de que eles vão trabalhar dentro de suas próprias comunidades pobres pelo menos cinco anos.

Damien Joel Suárez, 27, um segund
anista de New Jersey, é um dos 171 estudantes norte-americanos; 47 já se formaram. Ele rejeita as alegações de que Elam é parte da máquina de propaganda cubana. "É claro que Che é um herói aqui, mas ele não o obriga a nada."

Outros 49 mil alunos estão matriculados no El Nuevo Programa de Formação de Médicos Latino-americanos,
de autoria de Fidel Castro e Hugo Chávez, que prometeram em 2005 treinar 100 mil médicos para o continente. O curso é muito mais prático, e os críticos questionam a qualidade da formação.

O professor Kirk discorda:. "A abordagem
high-tech para a saúde necessários em Londres e Toronto é irrelevante para milhões de pessoas no Terceiro Mundo que estão vivendo na pobreza É fácil ficar de fora e criticar a qualidade, mas se você vivesse em algum lugar sem médicos, então você ficaria feliz em levar alguém. "

Há nove milhões de haitianos que provavelmente concordariam.

Cuban medics in Haiti put the world to shame

Castro's doctors and nurses are the backbone of the fight against cholera

They are the real heroes of the Haitian earthquake disaster, the human catastrophe on America's doorstep which Barack Obama pledged a monumental US humanitarian mission to alleviate. Except these heroes are from America's arch-enemy Cuba, whose doctors and nurses have put US efforts to shame.

A medical brigade of 1,200 Cubans is operating all over earthquake-torn and cholera-infected Haiti, as part of Fidel Castro's international medical mission which has won the socialist state many friends, but little international recognition.
Observers of the Haiti earthquake could be forgiven for thinking international aid agencies were alone in tackling the devastation that killed 250,000 people and left nearly 1.5 million homeless. In fact, Cuban healthcare workers have been in Haiti since 1998, so when the earthquake struck the 350-strong team jumped into action. And amid the fanfare and publicity surrounding the arrival of help from the US and the UK, hundreds more Cuban doctors, nurses and therapists arrived with barely a mention. Most countries were gone within two months, again leaving the Cubans and Médecins Sans Frontières as the principal healthcare providers for the impoverished Caribbean island.
Figures released last week show that Cuban medical personnel, working in 40 centres across Haiti, have treated more than 30,000 cholera patients since October. They are the largest foreign contingent, treating around 40 per cent of all cholera patients. Another batch of medics from the Cuban Henry Reeve Brigade, a disaster and emergency specialist team, arrived recently as it became clear that Haiti was struggling to cope with the epidemic that has already killed hundreds.
Since 1998, Cuba has trained 550 Haitian doctors for free at the Escuela Latinoamericana de Medicina en Cuba (Elam), one of the country's most radical medical ventures. Another 400 are currently being trained at the school, which offers free education – including free books and a little spending money – to anyone sufficiently qualified who cannot afford to study medicine in their own country.
John Kirk is a professor of Latin American studies at Dalhousie University in Canada who researches Cuba's international medical teams. He said: "Cuba's contribution in Haiti is like the world's greatest secret. They are barely mentioned, even though they are doing much of the heavy lifting."
This tradition can be traced back to 1960, when Cuba sent a handful of doctors to Chile, hit by a powerful earthquake, followed by a team of 50 to Algeria in 1963. This was four years after the revolution, which saw nearly half the country's 7,000 doctors voting with their feet and leaving for the US.
The travelling doctors have served as an extremely useful arm of the government's foreign and economic policy, winning them friends and favours across the globe. The best-known programme is Operation Miracle, which began with ophthalmologists treating cataract sufferers in impoverished Venezuelan villages in exchange for oil. This initiative has restored the eyesight of 1.8 million people in 35 countries, including that of Mario Teran, the Bolivian sergeant who killed Che Guevara in 1967.
The Henry Reeve Brigade, rebuffed by the Americans after Hurricane Katrina, was the first team to arrive in Pakistan after the 2005 earthquake, and the last to leave six months later.
Cuba's constitution lays out an obligation to help the worst-off countries when possible, but international solidarity isn't the only reason, according to Professor Kirk. "It allows Cuban doctors, who are frightfully underpaid, to earn extra money abroad and learn about diseases and conditions they have only read about. It is also an obsession of Fidel's and it wins him votes in the UN."
A third of Cuba's 75,000 doctors, along with 10,000 other health workers, are currently working in 77 poor countries, including El Salvador, Mali and East Timor. This still leaves one doctor for every 220 people at home, one of the highest ratios in the world, compared with one for every 370 in England.
Wherever they are invited, Cubans implement their prevention-focused holistic model, visiting families at home, proactively monitoring maternal and child health. This has produced "stunning results" in parts of El Salvador, Honduras and Guatemala, lowering infant and maternal mortality rates, reducing infectious diseases and leaving behind better trained local health workers, according to Professor Kirk's research.
Medical training in Cuba lasts six years – a year longer than in the UK – after which every graduate works as a family doctor for three years minimum. Working alongside a nurse, the family doctor looks after 150 to 200 families in the community in which they live.
This model has helped Cuba to achieve some of the world's most enviable health improvements, despite spending only $400 (£260) per person last year compared with $3,000 (£1,950) in the UK and $7,500 (£4,900) in the US, according to Organisation for Economic Co-operation and Development figures.
Infant mortality rates, one of the most reliable measures of a nation's healthcare, are 4.8 per 1,000 live births – comparable with Britain and lower than the US. Only 5 per cent of babies are born with a low birth weight, a crucial factor in long-term health, and maternal mortality is the lowest in Latin America, World Health Organisation figures show. Cuba's polyclinics, open 24 hours a day for emergencies and specialist care, are a step up from the family doctors. Each provides for 15,000 to 35,000 patients via a group of full-time consultants as well as visiting doctors, ensuring that most medical care is provided in the community.
Imti Choonara, a paediatrician from Derby, leads a delegation of international health professionals at annual workshops in Cuba's third city, Camaguey. "Healthcare in Cuba is phenomenal, and the key is the family doctor, who is much more proactive, and whose focus is on prevention ... The irony is that Cubans came to the UK after the revolution to see how the NHS worked. They took back what they saw, refined it and developed it further; meanwhile we are moving towards the US model," Professor Choonara said.
Politics, inevitably, penetrates many aspects of Cuban healthcare. Every year hospitals produce a list of drugs and equipment they have been unable to access because of the American embargo which prevents many US companies from trading with Cuba, and persuades other countries to follow suit. The 2009/10 report includes drugs for childhood cancers, HIV and arthritis, some anaesthetics, as well as chemicals needed to diagnose infections and store organs. Pharmacies in Cuba are characterised by long queues and sparsely stacked shelves, though in part this is because they stock only generic brands.
Antonio Fernandez, from the Ministry of Public Health, said: "We make 80 per cent of the drugs we use. The rest we import from China, former Soviet countries, Europe – anyone who will sell to us – but this makes it very expensive because of the distances."
On the whole, Cubans are immensely proud and supportive of their contribution in Haiti and other poor countries, delighted to be punching above their weight on the international scene. However, some people complain of longer waits to see their doctor because so many are working abroad. And, like all commodities in Cuba, medicines are available on the black market for those willing to risk large fines if caught buying or selling.
International travel is beyond the reach of most Cubans, but qualified nurses and doctors are among those forbidden from leaving the country for five years after graduation, unless as part of an official medical team.
Like everyone else, health professionals earn paltry salaries of around $20 (£13) a month. So, contrary to official accounts, bribery exists in the hospital system, which means some doctors, and even hospitals, are off-limits unless patients can offer a little something, maybe lunch or a few pesos, for preferential treatment.
Cuba's international ventures in healthcare are becoming increasingly strategic. Last month, officials held talks with Brazil about developing Haiti's public health system, which Brazil and Venezuela have both agreed to help finance.
Medical training is another example. There are currently 8,281 students from more than 30 countries enrolled at Elam, which last month celebrated its 11th anniversary. The government hopes to inculcate a sense of social responsibly into the students in the hope that they will work within their own poor communities for at least five years.
Damien Joel Suarez, 27, a second year from New Jersey, is one of 171 American students; 47 have already graduated. He dismisses allegations that Elam is part of the Cuban propaganda machine. "Of course, Che is a hero here but he isn't forced down your neck."
Another 49,000 students are enrolled in the El Nuevo Programa de Formacion de Medicos Latinoamericanos, the brainchild of Fidel Castro and Hugo Chavez, who pledged in 2005 to train 100,000 doctors for the continent. The course is much more hands-on, and critics question the quality of the training.
Professor Kirk disagrees: "The hi-tech approach to health needed in London and Toronto is irrelevant for millions of people in the Third World who are living in poverty. It is easy to stand on the sidelines and criticise the quality, but if you were living somewhere with no doctors, then you'd be happy to get anyone."
There are nine million Haitians who would probably agree.